2010-04-30

Mudanças menos óbvias provocadas pelos livros eletrônicos...

Já disse aqui que sou louca por novidades, o que  faz com que meu óbvio sonho de consumo atual seja o IPad e o Kindle, os dois livros eletônicos da Apple e da Amazon respectivamente. O IPad é bem mais que um livro eletrônico, mas tem esta funçao também. Adoro esta parafernália...

Já li várias matérias prevendo mudanças radicais na relação leitor x autores x editoras agora que os livros viraram arquivos eletrônicos e consequentemente se tornaram mais baratos, mais acessíveis (por 10 dólares e em 5 minutos é possível baixar um livro na Amazon), mais fáceis de armazenar...enfim, este fenômeno veio para ficar e só o tempo vai nos dizer qual o verdadeiro impacto que estas maquininhas vão causar em nossas vidas.

Mas haverá também as pequenas alterações em nosso comportamento, e são estas que me interessam hoje. Vou falar sobre mudanças aparentemente insignificantes, diferenças em nossas atitudes que hoje não têm impacto nenhum, mas que, acredito, definem em que tipo de sociedade vamos viver daqui a alguns anos.

Uma vez eu estava sentadinha no metrô de Londres e vi uma moça lendo um livro - até aí tudo bem, fato super corriqueiro para uma população que está sempre dentro de algum meio de transporte público e tem que ter algo para se distrair. Mas o que me chamava a atenção era o nível de concentração desta moça, o quanto ela estava absorta no enrendo do livro. A capa do livro também era bem interessante e o título da obra me intrigou: Atonement (me intrigou porque eu não tinha idéia do significado daquela palavra). Pois bem, neste mesmo dia passei em uma livraria e fui em busca do Atonement, que descobri ser "Reparação"em português (o título do livro e do filme aqui é "Desejo e Reparação"). Comprei, li, devorei e adorei!

Pois bem, este singelo episódio não seria mais possível se a tal moça estivesse de posse de um e-book, já que estes não têm capa! Como vamos poder xeretar o que nosso vizinho de poltrona está lendo? Eu sempre fui observadora (acho que uso esta palavra como eufemismo para bisbilhoteira) e gosto de saber do que os outros gostam - muitas vezes estas dicas são preciosas! Não fosse a leitora do metrô e talvez eu nunca tivesse lido este romance maravilhoso! E mais: é tão bom (mas nem sempre justo ou exato) poder julgar um livro pela capa!! Li o depoimento de uma leitoraque acertou na mosca: "Há algo de especial em ter um belo livro que parece intelectualmente pesado e apetitoso...você se sente orgulhosa de estar lendo isso". Pode parecer bobagem, mas não é - existe mesmo um prazer em desfilar por aí com seu livro, exibindo seu gosto literário (ou até a falta dele), em notar as páginas lidas se acumulando de um lado, enquanto as não lidas vão diminundo rapidamente...

Do lado de autores e editoras, a perda das capas significa perda de uma publicidade gratuita que tem quase a mesma força de um boca-a-boca - é o testemunho de um consumidor, de alguém que a gente considera isento e, portanto, confiável. Não se deve nunca desprezar o potencial do visual como fator de persuasão na hora da compra - a capa atrai os leitores sim!

Claro que, por outro lado, se você não quer que ninguém saiba que você está lendo "O Doce Veneno do Escorpião", de Bruna Surfistinha, ou "Caminho para as Borboletas", de Adriane Galisteu, estes aparelhinhos serão a sua salvação...bobagem minha, estou sendo preconceituosa! Livro é livro, é uma delícia e todos valem a pena.

É isso gente.
E segunda-feira tem mais.


2010-04-28

SAC - Serviço de "Aborrecimento" ao Consumidor


Sou grande incentivadora do SAC - serviço de atendimento ao consumidor - implementado por quase todas as empresas hoje. Acho que muita coisa mudou e melhorou desde seu surgimento - mesmo com os abomináveis gerundismos originados na tradução de manuais em inglês para o português ("Im going to send you" virou "Eu vou estar te mandando").

Da mesma maneira que sou entusiasta do conceito deste serviço, sou bastante crítica de sua execução. E sou, também, usuária sempre que a ocasião se apresenta. Hoje vou  contar  um caso frustrante dos muitos em que tive que ligar para um serviço de atendimento ao consumidor.

O episódio aconteceu na última semana: comprei uma Colomba Pascal para meus filhos que simplemente adoram este bolo cheio de gotas de chocolate. Assim que cheguei em casa as crianças abriram a caixa e começaram a devorar o doce. De repente, eu entro na cozinha e percebo que a tal Colomba veio sem a cobertura - estava faltando aquela deliciosa crosta açucarada!


Muito bem, fui imediatamente ligar para a Bauducco e comunicar o defeito. Aí começa a minha frustração: depois  de alguns minutos de espera (e exasperação!) uma moça me atende e relato a ela o ocorrido. Pergunta da atendente: "você ainda tem pelo menos a metade do produto? Para efetuarmos a troca é necessário ter pelo menos metade." Isso já me irrita porque a impressão que tenho é a de que ela está bem menos preocupada com a falta de qualidade do produto e muito mais com a possibilidade de ser enganada por mim - afinal, estamos falando de um produto que foi comprado no Pão de Açúcar por R$6,99!! A chance de alguém querer dar um golpe na Bauducco quando tão altas somas estão envolvidas é altíssima!

Pois bem, conto até dez, lembro-me dos ensinamentos de Jesus, Buda e  Chico Xavier, e sigo em frente - sim, eu tenho a metade da Colomba. "Está bem, na segunda-feira, vamos efetuar a troca." E fazem realmente. Já estou com a nova aqui.

Mas não estou satisfeita e acho que o atendimento está equivocado. Querem ver porque?

A Colomba Pascal foi comprada porque meus filhos adoram e queriam comer a guloseima naquele dia. Começaram a comer e constatei o defeito. Ligo para a Bauducco. Sou informada de que o produto só vem na segunda. Digo para a atendente que estou com 2 crianças loucas para comer o bolo daquele jeito mesmo, crianças que não querem esperar até segunda. A moça é irredutível: terei que esperar e não posso deixar ninguém comer o produto já que ele é moeda de troca para uma Colomba com cobertura.

Claro que eu poderia ir ao Pão de Açúcar e comprar outra, mas esta postura da empresa é correta? Não, não é.
E sabem o que é pior: quando a Bauducco veio efetuar a troca, ontem, o entregador deixou uma caixa e fez questão de levar a outra. Não recebemos sequer um pedido de desculpas da Bauducco.
A coisa toda aconteceu como se a empresa apenas tivesse que me restituir aquilo que comprei. Legalmente, pode até ser assim, mas o relacionamento empresa/consumidor não é regido apenas por leis do Direito. Numa época de concorrência feroz, marcas nacionais e importadas disponíveis em todas as prateleiras, como um fabricante conquista a lealdade de seu consumidor? Não falhando? Não, mas reconhecendo seu erro, paparicando seu comprador, pedindo desculpas quando for o caso.

Se eu fosse gerente de marketing ou do departamento encarregado do SAC desta empresa faria diferente: claro que o produto seria reposto, mas junto dele o consumidor seria surpreendido por um outro mimo qualquer para ilustrar o quanto sentimos pelo inconveniente.

No caso que aconteceu comigo, eu fiquei com todo a aborrecimento: ligar para a Bauducco, perder tempo, falar com a atendente, interromper o lanche de meus filhos, faze-los esperar 3 dias para poder se deliciar com a Colomba novamente. E a Bauducco fez o que? Nada mais do que a obrigação, nada além do que manda a lei: trouxe uma Colomba Pascal para a minha casa com 3 dias de atraso. Ah, que fique bem claro: minha intenção aqui não é "faturar" um produtinho qualquer por conta de um erro da companhia. Estou apenas apontando que gentileza nunca é demais quando se causa algum tipo de transtorno aos outros.

Por último, o ponto alto deste episódio: a Colomba nova trazida pela Bauducco TAMBÉM VEIO SEM A COBERTURA!! Não é incrível? Sabem o que eu fiz? NADA! Não liguei para a Bauducco por que me cansei. Melhor é não comprar mais nada desta marca.

É isso, gente.
E amanhã tem mais.

PS: abaixo foto retirada do blog "Coma com os Olhos", mostrando uma problema parecido com o meu - a promessa do produto na embalagem e a decepção depois de aberta a caixa.

2010-04-23

A Arte da Manipulação!


Segundo o dicionário Michaelis, a definição de  "manipular" fica em torno de: "preparar com as mãos, forjar, engendrar".

No meu caso, este verbo me remete sempre às marionetes manipuladas em teatros - esta é a essência da manipulação, não é? Colocar a mão dentro do boneco ou dirigi-lo por meio de cordões, a fim de que ele faça exatamente aquilo que o manipulador pretende.

Parece incrível que nessa nossa vida moderna, conhecida como a "era da informação", o perído em que  qualquer notícia se espalha pelo mundo em questão de segundos, a gente ainda possa ser vítima de manipulação. Mas o fato é que somos. E não estou falando apenas da manipulação perpetuada por governantes, gente poderosa, grandes corporações. Estou falando disso e de muito mais...que ver?

Muito cedo na vida nós aprendemos a ser manipuladores , afinal as birras e chiliques infantis nada mais são do que uma tentativa, por parte da criança, de fazer seus pais cederem às suas vontades. Os pequenos entendem logo o poder desta manipulação!

E o photoshop? Um tremendo recurso de manipulação - a ferramente altera a aparênciadas pessoas (para melhor ou pior) mas pode alterar qualquer imagem transformando uma ilusão em verdade.

No cinema somos vítimas, durante 120 minutos, da manipulação de atores, diretorese produtores. Mas aí é a manipulação do bem - um bom filme manipula suas emoções no escurinho da sala, faz da gente o que quiser. Melhor dizendo, um bom filme faz de mim o que quiser: choro, morro de medo, dou risada. Esqueço de tudo durante a projeção.

Um exemplo sinistro? Joseph Goebbels, o eficiente e maldito ministro da propaganda  nazista. Sabe o que ele costumava dizer? "Se você contar uma grande mentira e repeti-la muitas e muitas vezes, o povo passa a acreditar naquilo como verdade absoluta. Isso é bom para o Estado. Para mim, a verdade é a maior inimiga do Estado". Pessoa querida, né? Gente boa mesmo...

Há ocasiões em que um fato cria a oportunidade perfeita para se elevar a manipulação a níveis impensáveis: 11 de setembro de 2001. O terror foi tamanho que a população americana (e mundial) virou refém do medo. E em nome deste medo, os americanos apoiaram qualquer atitude de seu então presidente.

Não podemos nos esquecer também da manipulação de competições esportivas. Vira e mexe a gente ouve falar de algum jogo de futebol que teve seu resultado combinado previamente.

Não quero entrar aqui no assunto chatíssimo de manipulação das informações pela mídia. Esta história de que a Rede Globo (que assisto) e a revista Veja (que assino) não são isentas no trato das notícias. Até porque, se tiver que falar delas tenho que citar também a Carta Capital e a Rede Bandeirantes e este não é o propósito deste blog. Não somos um blog político, apesar das minhas preferências muitas vezes ficarem claras.

Por último queria lembrar com vocês o caso mais famoso de manipulação de notícia:  caso Orson Welles, que aconteceu há mais de setenta anos com a transmissão de uma obra de ficção científica pela rádio CBS, onde os fatos foram interpretados pelos ouvintes como reais. A notícia dava conta de uma invasão alienígena na Terra.

30 de outubro de 1938. A rádio CBS - Columbia Broadcasting System - e suas afiliadas de costa a costa, transmitem, dentro do programa Radioteatro Mercury, A invasão dos marcianos. Na adaptação da obra A Guerra dos Mundos do escritor inglês H. G. Wells, centenas de marcianos chegam em suas naves extraterrestres a uma pequena cidade de New Jersey chamada Grover's Mill.

Todas as características do radiojornalismo usadas na época se faziam presentes a fim de dar credibilidade à "matéria": reportagens externas, entrevistas com testemunhas que estariam vivenciando o acontecimento, opiniões de especialistas e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emotividade dos envolvidos, inclusive dos pretensos repórteres e comentaristas, davam a impressão de um fato, que estava indo ao ar em edição extraordinária.

A CBS calculou na época que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade passaram a sintonizá-lo quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se do radioteatro semanal. Pelo menos 1,2 milhão tomaram a dramatização como fato, acreditando que estavam mesmo acompanhando uma reportagem extraordinária. E, desses, meio milhão tiveram certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico e agindo de forma a confirmar os fatos que estavam sendo narrados: sobrecarga de linhas telefônicas interrompendo realmente as comunicações, aglomerações nas ruas, congestionamentos de trânsito provocados por ouvintes apavorados tentando fugir do perigo que lhes parecia real, etc. O medo paralisou três cidades.

Incrível né? Daí veio o conceito de "audiência rotativa do rádio":  não dá para assumir que os ouvintes estejam conectados, todos,  desde o início da reportagem. Assim, hoje, é comum a gente escutar o jornalista repetir várias vezes o contexto da notícia durante o programa de rádio para  que todos - inclusive aqueles que acabaram de sintonizar - saibam exatamente o que está acontecendo.

Para quem se interessar, dá para ouvir a transmissão da "Guerra dos Mundos" original, feita pelo Orson Welles, no Youtube. Vai lá!


É isso gente.
E segunda-feira tem mais.

2010-04-22

Japão!



O post hoje é sucinto. Bem poucas palavras e imagens que dizem (muito) mais.

Eu nunca fui ao Japão e conheço pouquíssimas coisas sobre o país. Posso até listar: gosto de sashimi, de shimeji, de guiozá, de caipirinha de saquê (acho que este último não conta, né?). Não gosto de temaky nem da cabeçuda Hello Kitty. Odeio amendoim japonês. Detesto aquela iguaria redondinha, enrolada numa alga que mais parece uma fita isolante…  Acho que meu repertório japonês já acabou. Uma vergonha, né?

Ainda assim, resolvi dedicar este post ao Japão porque vira e mexe eu recebo algum email com assuntos engraçados oriundos da Terra do Sol Nascente: são comerciais de TV, produtos que ninguém no mundo teria coragem de lançar, game shows surreais – às vezes é até difícil de acreditar que alguém assista a algumas destas aberrações.  Hoje, quero apenas  dividir com vocês este material – comerciais de TV e produtos (bizarros) japoneses (estes últimos já foram alvos de comentários aqui no blog, mas o estoque é infinito e resolvi mostrar alguns). Deixei de fora tudo o que é ofensivo ou de muito mal gosto.

Enjoy!



                                                        Funil para aplicação de colírio



                                                                    Manteiga em bastão




                                                       Limpador de ouvidos com câmera





Este aqui é um comercial de salgadinhos.
Agora, um sobre “chá contra a pressão alta”. Inacreditável!

Este é bom.
É isso gente.
E amanhã tem mais.

2010-04-19

2ª feira é dia de fazer o bem - combatendo a praga do Talibã


Vocês se lembram desta foto? A da esquerda ficou famosa ao ilustrar a capa da revista National Geographic em 1984 e depois, mais ainda, quando em 2001 retornou à revista em dose dupla. A fotografia mostra a afegã Sharbat Gula em dois momentos distintos: quando era ainda uma menina e 17 anos depois, quando tinha por volta de 28, 30 anos - ninguém sabe ao certo, nem Sharbat, já que a aldeia onde mora não tem registros de nascimentos de seus habitantes.

Tive aulas de antropologia quando cursava a faculdade e me lembro da professora dizer e repetir que "nunca devemos julgar nem condenar uma cultura, o hábito de uma civilização. O que não faz sentido para nós é parte da história de outro povo". Tenho que confessar que nunca concordei inteiramente com esta afirmação. Explico: uma coisa é uma civilização que permite a poligamia, em que o marido casa com 3 mulheres e todos vivem felizes e realizados. Isso, apesar de eu não entender e não querer para mim, faz sim parte de uma cultura. E se todo mundo está feliz, então ok, continuem a viver da maneira que quiserem. Caso muito diferente, no entanto, é querer que o resto do mundo aceite a selvageria, a mutilação, a opressão, a violência contra um grupo de pessoas. Aí não dá - e ainda por cima chamar a bestialidade de "cultura, história", não dá mesmo.

Assim, como aceitar o que aconteceu com a menina Sharbat Gula e com os outros milhões de mulheres e crianças vítimas desta maldição chamada Talibã? Esta gente que deturpa as palavras e cria uma milícia extremista com uma interpretação bastante própria (e cruel) dos ensinamentos islâmicos?

O Talibã passou a controlar o Afeganistão em 1996 e desde o início submeteu o país, com extrema violência, a uma brutal ditadura e a um "apartheid" em que mulheres e meninas eram desprovidas de qualquer direito humano, até os mais básicos (sob as regras do Talibã as mulheres afegãs só podiam rir na presença de seus maridos).

Elas eram mantidas praticamente como prisioneiras dentro de suas próprias casas. As primeiras medidas do Talibã, assim que a milícia se instalou no poder, foram:

1 - banir mulheres da força de trabalho. Elas não podiam exercer qualquer atividade profissional

2 - fechamento das escolas para meninas. As mais velhas foram expulsas das universidades

3 - mulheres estavam proibidas de sair de casa, a não ser que acompanhadas de algum parente do sexo masculino (apenas pai, irmãos ou marido)

4 - a hedionda, a medonha burca passou a ser traje obrigatório

5 - como já dissemos, mulheres não podiam exercer qualquer atividade profissional. Ao mesmo tempo nenhuma mulher poderia ser examinada por um médico do sexo masculino. O resultado prático é que sem médicas ou enfermeiras, as mulheres não recebiam atendimento médico.

Agora pergunto: a gente tem que respeitar isso? A gente tem que considerar isso uma "tradição que o ocidente não entende"? Não, não e não!!

Em 2001 uma missão internacional derrubou o Talibã do Afeganistão, trazendo um suspiro aliviado para a população feminina mundial. No entanto, ainda serão necessários muitas décadas para que as mulheres afegãs possam viver com um mínimo de dignidade e respeito.

Ainda hoje, a cada 30 minutos uma mulher afegã morre em trabalho de parto. Oitenta e sete por cento da população feminina de lá é analfabeta! Apenas 30% das meninas têm acesso à educação. Uma em cada 3 mulheres sofrem violência física, sexual ou psicológica. Oitenta por cento das mulheres são obrigadas a aceitar um casamento com o qual não concordam. Muitas meninas tiveram seus rostos desfigurados por ácido quando caminhavam para a escola. Enfim, um encanto de lugar, não?

Felizmente há muita gente pelo mundo afora inconformada com esta situação e tentando ajudar. A Fundação "Feminist Majority" (http://feminist.org/afghan/index.asp), que prega a "igualdade em todo o mundo" recolhe doações e atua no país a fim de melhorar o destino destas mulheres e meninas. A gente pode ajudar doando dinheiro ou comprando artesanato feito pelas afegãs.

A organização "Voice of Women" também tem como objetivo promover a vida das mulheres no Afeganistão e estender as leis internacionais de direitos humanos a elas.

Ler as histórias de vidas destas mulheres e meninas é revoltante e deprimente, mas podemos fazer sim alguma coisa para ajudar.

É isso, gente.
E amanhã tem mais. Prometo um post mais leve.


2010-04-16

A tal da melhor idade...


Hoje virou moda substituir o termo 3ª idade por "melhor idade". Não sei se é verdade que esta fase seja mesmo a melhor idade (porque ainda não cheguei lá), mas acho a nova expressão (marketeira) bastante simpática. E acredito que deva haver um fundo de verdade nesta qualificação...

Vejamos: se por um lado há um evidente (e inevitável) declínio físico - mesmo para o Abílio Diniz que corre, se exercita com regularidade e se alimenta corretamente, algumas coisas já não são como antes - por outro lado penso que há também a chegada de uma serenidade (não confundir com placidez, estado de contemplação, modorra, chatice), uma auto-confiança, um sentimento de "eu so mais eu" que é impossível alcançar quando se é mais jovem, quando a opinião dos outros sobre a gente tem um peso enooorrrrme.

Este também é um período de libertação: os filhos já estão criados, vivendo em suas casas, deixando o indivíduo da "melhor idade" sem o peso da responsabilidade de horários e rotinas rígidas. Muitos já estão aposentados e portanto sem necessidade de viver a loucura diária de trânsito, trabalho, competição, resultados.

Enfim, tudo isso forma um cenário suave, idílico - mas devo confessar que tenho receio de ser um cenário suave demais. Queria assim, dedicar este post àqueles que estão nesta fase da vida mas que fazem questão de ser diferentes. Sim, porque muita gente (muita mesmo) está percebendo que a vida pós-aposentadoria não precisa ser necessariamente um lento declínio - há, ainda, muita coisa a ser conquistada, aprendida, muito trabalho a ser feito, muita aventura a ser vivida. Penso que tudo depende de você encontrar aquilo que te dá prazer na vida: pode ser a sua profissão de sempre, uma vocação nova, viajar, descobrir um novo talento.

Meus pais são um exemplo disso: trabalharam a vida toda e hoje, aposentados, viajam sem parar. Ficam três meses em casa e um mês fora, o ano todo. Estão vivendo a aventura de suas vidas agora.

Plácido Domingo, 69 anos, ainda rege, canta e dirige duas grandes óperas. Para ele seu trabalho é sua vida, foi sempre uma fonte de enorme prazer, por isso ele continua a exercê-la e deve permanecer assim até quando lhe for permitido.

A ativista russa Liudmila Alexeieva, 82, foi presa tantas vezes por organizar protestos nos últimos 43 anos que virou especialista em atazanar a antipática KGB. Alguém consegue imaginá-la no papel de vovozinha assando bolos para os netos? A mulher deve ser uma fera!

Anthony Mancinelli, 98 anos,  foi declarado pelo "Guiness" como o barbeiro mais velho do mundo (ele ainda corta seu próprio cabelo). Vamos torcer apenas para que a vista dele continue boa e seu controle motor impecável. O barbeiro afrima categórico: "não estou nem considerando a aposentadoria porque vir trabalhar é o que me mantém vivo". Também acho.

E aí temos aquelas pessoas que "se recusam" a envelhecer. Vocês já viram como está a Raquel Welch? Ela sempre foi lindo, um arraso, e agora, aos 69 anos ela está assim - vejam foto ao lado, tirada recentemente para o lançamento de seu livro...a mulher continua ma-ra-vi-lho-sa!! Não é inacreditável? E a Jane Fonda? Outra linda também.

Mas, para não ficar só nas celebridades lindas, trouxe também umas fotos de gente comum que está envelhecendo sem perder a beleza. Não tenho razão? Nenhuma delas parece ter a idade que tem, né?




Do ponto de vista científico, novas pesquisas têm mostrado que a mente continua se desenvolvendo até o final da vida adulta - se mantido em boa forma, o cérebro pode continuar a construir caminhos que ajudam seu dono a reconhecer padrões e, como consequência, ver significado e até soluções muito mais rapidamente do que um jovem consegue.

É isso gente. Quero chegar lá tão bonita e ativa como estas mulheres.
E amanhã tem mais...

2010-04-15

Twitter!


Acho que nessas alturas do campeonato todo mundo já conhece ou ouviu falar no Twitter, certo?
Para aqueles que não ligaram o nome à pessoa, Twitter é um microblog que permite que você divulgue notícias e comentários em 140 caracteres. É como este blog, só que muito, muito mais ágil.


Lá os internautas (e empresas) divulgam de tudo, até os fatos menos interessantes do cotidiano: "estou falando com fulano no telefone há duas horas", "chove muito", "abusei do pãozinho no café da manhã"...enfim, é um espaço para quem quiser dividir sua intimidade com quem estiver disposto a ler.



Claro que os mais populares, com maior número de seguidores são os Twitters das celebridades - acredito que o Luciano Huck seja o campeão nacional de seguidores. O ator Ashton Kutcher  atingiu 1 milhão de "followers" no Twitter antes que a CNN alcançasse esta marca (hoje o ator já tem 4 milhões e 700 mil)  e a mega celebrity Oprah Winfrey tem 3 milhões e 400 mil seguidores!!

As pessoas promovem debates, polêmicas e discussões no microblog. Também, por ser uma ferramenta muito rápida - dá para enviar posts do celular - muitos acabam se entusiasmando e falando besteiras que em segundos estão disponíveis para quem quiser ler. Depois, pode até se arrepender e apagar, mas aí já foi, já caiu na boca do povo, ou melhor, já caiu na rede.

Eu confesso que não tenho muita paciência com o Twitter - para mim parece um Big Brother sem imagens, só com palavras, e pior, sem edição...assim, vc pode acompanhar cada detalhe tedioso da vida de cada um. Quem escreve, no entanto, deve encontrar, assim como eu aqui no blog, uma grande satisfação.

Para comprovar minha teste - o twitter pode ser muito chato - fui atrás de algumas celebridades e resolvi deixar aqui alguns de seus posts (estão todos escritos na ordem em que foram postados):

Preta Gil:
1)  "amores, cheguei em casa agora, fui na festinha da MTV, com todo carinho que tenho pelo canal, me lembro do primeiro clipe que fiz como atriz"
2) "vou tomar banho e começar o dia, entrevista depois gravação do @vaievempretagil, bom dia pra vocês, mando noticias durante o dia."

Sabrina Sato - ela foi bem suscinta em seus comentários:
1) "boa tarde gente" (3ª feira a tarde)
2) "bom sonhos a todos" (na madrugada)

William Bonner (ele é super assíduo, escreve sempre):
1) "As crianças escondem chocolate de mim e pensam que não sei. Achei um coelho "ao leite" na geladeira (um crime). Laura confessou.E entregou."
2) "Vinícius era o dono do ovo de Páscoa de hoje. Quer dizer: de meio ovo - que foi o que restou."
3) "Boa noite, sobrinhos. O tio vai alinhar a caveira com o horizonte e alongar pálpebras."

Não é uma chatice? Eu não entendo qual a necessidade de compartilhar cada momento de sua vida com um monte de estranhos e muito menos qual a graça de ler estas minúcias do dia-a-dia. Enfim, o que é do gosto regala a vida....


Aproveitando o assunto, fui buscar fatos curiosos sobre este fenômeno que é o Twitter e trouxe alguns aqui para vocês:



1. 21%  das contas do Twitter são apenas endereços vazios - gente que quer "registrar" o endereço.

2. Aproximadamente  94% de todas as contas do Twitter tem menos de 100 seguidores.

3. Uma pequeníssima minoria cria todo o frisson na rede - é o que eu também acho, o twitter é uma ferramenta para as celebridades e aqueles que querem se "comunicar" com elas
4. Terça-feira é o dia mais movimentado do microblog. Por que será?

5. 60% dos usuários mais participantes estão nso Estados Unidos

6. homens no Twitter: 54% x 46% mulheres

É bom lembrar que o Twitter é também uma ferramenta de propaganda. O caderno de informática da Folha de São Paulo de ontem tem reportagem grande sobre como usar as redes sociais para vender, comprar e divulgar produtos na rede. As grandes marcas já estão lá: Volkswagen, Coca Cola, Starbucks, Fnac e muitas outras.

Mas hoje não estou com vontade de falar sério sobre como se aproveitar deste espaço e divulgar notícias sobre sua empresa. Hoje quero ficar do lado sórdido mesmo, quero falar das gafes no Twitter (só as de gente conhecida, claro). Aí vão algumas delas:

Claro que, como todo mundo mente na Internet, no Twitter não seria diferente. Assim, é possível (e comum) alguém criar o endereço @giselebündchen e não ser a própria modelo -  pode muito bem ser um gaiato qualquer querendo se divertir. Tudo isso para dizer que há um endereço famoso na rede chamado @nairbello. Quem é? Não sei. Pois bem, em dezembro do ano passado a atriz Fiorella Mattheis expressou sua dúvida (por escrito, no Twitter): “A @nairbello é ela mesmo ou fake?”. A moça tem razão de estar em dúvida, afinal, quem sabe né, com a estréia do filme sobre a vida do Chico Xavier a Nair Bello pode ter se animado....

Já Bruno Gagliasso,  fez a alegria de muita gente ao colocar no microblog seu telefone celular. Teve que trocar o número em seguida, claro.

Thaila Ayala (ela foi a namorada linda do Marcio garcia na novela Caminho das Índias) precisou de muitos caracteres para se justificar, após dizer que não gostava de sentar na primeira cadeira do avião, pois todos a olhavam "como se fosse paraplégica".

Monica Evans: "esta tragédia no Taiti  (?!?) não foi brincadeira não"

E para finalizar, um número (bobo) que representa a dimensão da popularidade do Twitter: se alguém resolvesse ler todos os posts já escritos no Twitter desde seu lançamento em 2006 até janeiro deste ano, esta pessoa gastaria 1000 anos, sem nenhum minuto de interrupção, para cumprir a tarefa. Impressionante, não?

É isso gente.
E amanhã tem mais...