2010-02-26

Coisas de Criança!


Li uma matéria sobre uma nova forma de pagamento em que se permite que crianças "comprem fiado". O texto falava de um site de jogos que pratica esta modalidade de compra. Já vou falar sobre isso, mas preciso dizer que, para conhecer melhor o assunto, entrei no tal site (www.foopets.com) e me viciei!

A proposta é que você adote um bichinho de estimação (eu adotei o gato Gyzmo e o Dudu ficou com o cachorrinho Jack) e que cuide dele virtualmente - parecido com os antigos tamagotchi, vocês se lembram?



Pois é, o site te convida a adotar um pet e a cuidar dele (dar água, alimentar, acarinhar, limpar). É tudo muito fofo e irresistível - o gatinho come ração, mia e ronrona como um de verdade!) e agora me vejo presa nesta nova obrigação - mesmo sendo virtual, meu gato é lindo e não tenho coragem de descuidar dele (fora isso, temos vários animais reais aqui em casa: a gata Cindy, o cachorrinho Théo, o porquinho a Índia Olavo e o peixe Peixoto).

Voltando ao assunto, seu animalzinho precisa ser criado, tratado e isso, todo mundo sabe, custa dinheiro. Ao se inscrever na brincadeira você ganha na hora 5000 "foogems" - uma pequena doação para que você compre alimentos, brinquedos, remédios. Depois desta ajuda inicial, você deverá continuar a comprar todos os suprimentos virtuais para que seu bichinho de estimação permaneça vivo. Aí sim, você precisará adquirir a moeda corrente no site - os "FooDollars". Cada FooDollar custa 8 centavos de dólar (sim, os FooDollars são virtuais mas para comprá-los você precisa do seu cartão de crédito real, beeeem real!).

No site há uma seção chamada "FooBank", onde você compra "pacotes" de "FooDollars" e encontra alguns métodos de pagamento: os cartões de crédito que todo mundo aceita, o sistema internacional de transferência de fundos, PayPal e mais duas modalidades que nunca tinha visto e que foram as razões originais deste post (antes de eu me perder e começar a divagar sobre a fofura dos pets):

1)Kwedit (play now, pay later): aqui, as crianças podem comprar os créditos para cuidar de seu bichinho, sem precisar de prévia autorização dos pais. Como? É só fazer uma promessa de que vai pagar mais tarde, quando tiver dinheiro, talvez quando receber sua mesada. Basta dizer em que dia você pretende pagar sua compra e o site resgitra seu compromisso. Só isso - sem documentos ou cartões. Fofo, né? Claro que estamos falando de uma "mercadoria" virtual - os suprimentos adquiridos não existem de verdade, portanto se não ocorrer o pagmento, não haverá grande prejuízo para a companhia. Mesmo assim, achei bem original. Não tenho a informação sobre o nível de inadimplência daqueles que optam por este sistema de pagamento, mas tenho muita curiosidade para saber se a molecada é pontual ou relaxa e aplica o calote! (detalhe: inicialmente a criança só consegue gastar US$ 5 dólares neste ipo de compra "fiada". No entanto, a medida que os pagamentos vão acontecendo dentro do prazo combinado, o limite de crédito aumentam - bem parecido com o mundo real e até, de certa forma, educativo, não?).

2) a outra modalidade inusitada de pagamento é o "Ultimate Game Card": o usuário imprime um código de barras, vai até uma loja 7Eleven que aceitará o dinheiro e contabilizará o crédito para a FooPets - em outras palavras, tudo muito fácil e acessível para a criançada consumir.

O público da FooPets é constituído principalmente por garotas ente 12 e 14 anos (e eu, claro!), tem 1 milhão de membros ativos e recebe uma média de 20 mil novos usuários por dia! Um sucesso, né?

Já falamos aqui sobre crianças que consomem e que decidem o que consomem - os serviços oferecidos pela FooPets, no entanto, alcançam um novo nível: os pequenos decidem o que querem, quando querem e como querem pagar!

O mercado virtual americano apresenta números impressionantes (todos os números daquele país assustam!): em 2008, US$ 510 milhões foram gastos em produtos virtuais (coisas que não existem concretamente!). Já em 2009, este número quase duplicou - os americanos gastaram US$ 1,03 bilhão!

É isso, gente! Dá uma passadinha lá - é uma fofura!
E segunda-feira tem mais!

2010-02-25

Ainda dentro do tema "será que existe limite prá tudo"?



Tentando responder ao título do post, tenho que confessar que aqui realmente não sei. Tendo a ser a favor, mas será que estou vendo tudo? Será que estou sendo superficial, apenas? Queria a opinião de vocês também...

Existe uma empresa no Vale do Silício, Califórnia, USA, chamada Counsyl (www.counsyl com) que está vendendo um teste genético revolucionário! A Counsyl alega que este teste é capaz de detectar mais de cem doenças que futuros papais podem transmitir a seus bebes se forem donos dos genes portadores. Em outras palavras, a Counsyl diz aos casais se eles apresentam o risco de ter filhos com uma série de doenças hereditárias (distrofia muscular, fibrose cística, doença de células falciformes, entre outras.)



A idéia é que os casais, uma vez avisados, possam tomar providências como usar fertilização in vitro com testes genéticos dos embriões para evitar conceber filhos que poderiam desenvolver estas doenças (muitas delas são incuráveis e fatais na infância).

O teste da Counsyl custa US 349 (individual) ou US$ 698 (casal).

Alguns especialistas dizem que outros testes, de outras empresas, estão a caminho.



O assunto gera polêmica. Como já disse, eu tendo a gostar da idéia de um teste que evite doenças e sofrimento para crianças e seus pais, mas muita gente mais inteligente do que eu levanta outras questões: primeiramente há dúvidas com relação à precisão do teste e algum desconforto com o fato de não serem apenas 100 doenças que nos causam problemas. Até aí tudo bem, preocupações óbvias.

A questão mais difícil vem dos críticos que dizem que isso é o primeiro passo para os "bebes de designer" - aqueles em que os pais escolhem as características de seus filhos (sexo, traços físicos). E o que aconteceria depois que os médicos descobrissem o gene responsável pela homossexualidade? Será que os pais iriam dar "sinal verde" para este embrião? E pessoas que sofrem de coisas menos graves como déficit de atenção, como eu? Será que eu não teria uma chance de nascer? Também há uma outra questão, igualmente complexa, que é a que defende que o fato de haverem menos bebês com essas doenças (principalmente filhos de pais que podem pagar pelos testes) signifique um menor esforço para desenvolver tratamentos.

E você o que pensa disso? Estamos falando de um avanço com potencial para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas ou estamos brincando de ser Deus?

É isso, gente!
E amanhã tem mais!

2010-02-24

O preço de se sentir especial!



O mundo está passando por uma crise financeira - isso todo mundo sabe! O que ninguém poderia imaginar é que nestes tempos difíceis algumas empresas tenham desenvolvido estratégias que vão "contra a corrente". Estamos falando de marcas que estão atrás do consumidor que, num mundo cada vez mais globalizado, igual, padronizado, ainda quer se sentir especial, mesmo sabendo que o preço para isso é alto. As empresas estão apostando forte neste tipo de consumidor gastador!

E o que é se sentir especial? Na nossa realidade capitalista e consumista, sentir-se especial é ter (não ser) aquilo que ninguém tem, é a sensação (ilusória, em minha opinião) de exclusividade.

Querem alguns exemplos? Nos Estados Unidos há uma rede de lojas de móveis chamada Restoration Hardware (www.restorationhardware.com) que criou recentemente uma linha exclusiva (mais cara) com reproduções feitas a mão de antiguidades européias e americanas. Quem compra? Quem que sair do "catálogo genérico" da loja e entrar no "nicho" só permitido a "poucos e bons". A mesa ao lado, por exemplo, é uma réplica, feita a mão, de uma mesa inglesa, de 100 anos atrás. Preço: US$ 3180, só a mesa, sem as cadeiras. Caro, né? Principalmente se considerarmos que é uma réplica (ok, é feita a mão, mas mesmo assim....).

Um executivo da empresa afirma que "com a economia abalada, muitos comerciantes estão baixando o nível. Nós decidimos ir na decisão oposta". Sabem que eu adoro isso? Esta ousadia de "ir na contra mão"? Acredito, piamente, no conselho do megainvestidor (e bilionário) Warren Buffet, que defende que em tempos de crise temos que ser "contrariantes": "Seja audacioso quando os outros são cautelosos, e seja cauteloso quando os outros são audaciosos".

A Saks Fifth Avenue, uma sofisticada loja de departamento americana, é outra que ousou em plena da recessão: abriu uma boutique que vende Kiton, uma luxuosa marca italiana de roupas masculinas feitas a mão: ternos a US$7000 e calças de US$ 1195. "Acreditamos que ainda existam homens que fazem questão de e apresentar de uma certa maneira".

E o que dizer dos perfumes exclusivos? Vocês já ouviram falar de "eau de couture"?São os perfumes individualizados! Ninguém vai exalar a mesma fragrância que você. Além do caráter único da essência, os ingredientes são também raros e naturais - o trabalho é todo manual. Tamanha sofisticação tem, claro, um preço, que pode ser considerado um fortuna: uma perfumaria inglesa que atende às encomendas de cheirosos que querem ter um aroma só seu, cobra US$ 34.000 por um frasco de perfume.

O movimento de se criar mimos caros e exclusivos também está presente nas companhias aéreas. É bem verdade que a maioria delas está preocupada em baratear passagens, cortando custos, aumentando o número de assentos na aeronave, diminuindo o espaço que cada passageiro ocupa até a gente se sentir um hamster engaiolado(estes pelo menos têm a rodinha para se exercitar e não ter uma embolia nas pernas), mas há aquelas empresas que, mais uma vez, ousam contrariar...É o caso da Korean Airlines que está gastando US$ 200 milhões para trocar as poltronas por outras de alta classe, melhorar o entretenimento a bordo e servir comida orgânica.

Todas estas iniciativas se resumem à frase de um executivo da Saks: "O cliente está em busca de valor, e valor não está apenas no preço".

É isso, gente. Quem pode, pode.
E amanhã tem mais...

2010-02-23

Como o nosso corpo reage a idéias abstratas



Este post foi inspirado numa matéria do The New York Times. Adoro este jornal - é muito bom e a versão online é bem fácil de ser navegada! Vou me corrigir: este post não foi "inspirado" no texto do jornal, foi, isto sim, quase copiado! Achei o tema interessante e nunca tinha pensado nesta conexão...Espero que vocês gostem!

Pesquisadores da Universidade de Aberdeen, USA, descobriram que nosso corpo reage de modo diferente às idéias abstratas como tempo, peso, quente, frio...

Querem ver um exemplo? Quando solicitadas a pensar em fatos passados ou imaginar o futuro, as pessoas se movem para frente ou para trás, de acordo com o nosso modo de conceituar o fluxo do tempo: se as pessoas pensavam no passado, seu corpo se inclinava levemente para trás. Já se o participante fantasiava sobre o futuro, o corpo pendia para frente. Curioso, né? Tentem isso com alguém para ver se funciona. Lembrem, no entanto, que esta inclinação do corpo é bastante sutil. Aqui em casa deu certo...

Segundo Nils Jostmann, da Universidade de Amsterdã, isso prova que o modo como processamos a informação está relacionado não somente ao cérebro, mas ao corpo todo: "Usamos todos os sistemas disponíveis para chegar a uma conclusão e dar sentido aos fatos".

Recentemente, em um estudo conduzido na Universidade de Yale, os pesquisadores dividiram 40 estudantes em dois grupos: o grupo A deveria segurar um xícara de café quente e os integrantes do grupo B ficariam com xícaras de café gelado. Em seguida, os pesquisadores pediram aos estudantes que avaliassem a personalidade de um indivíduo imaginário, com base em uma série de informações. Vejam que interessante o resultado: aqueles que seguravam o café quente tendiam a caracterizar o indivíduo imaginário como uma pessoa mais calorosa e amigável do que os estudantes do café gelado.


Outro exemplo? Quando alguns estudantes eram informados de que determinado livro era vital para o currículo, eles julgavam o livro fisicamente mais pesado do que os demais estudantes.

Em seguida, os pesquisadores queriam saber se a sensação de peso poderia influenciar as opiniões das pessoas. Estudantes foram então convidados a responder a questionários que estavam presos a pranchetas metálicas de aproximadamente 600 grs. Em algumas destas pranchetas havia um compartimento no verso, onde eram colocados vários papéis, tornando-a mais pesada (1 quilo). Assim, havia participantes segurando pranchetas leves e outros com pranchetas pesadas. Em seguida, os estudantes foram submetidos às seguintes perguntas:

1) o valor estimado de seis moedas estrangeiras desconhecidas
2) o quão importante eles consideravam que suas próprias opiniões sobre bolsa de estudo para estrangeiros fossem levadas em consideração
3) os estudantes deveriam dizer se estavam satisfeitos com a cidade e com o prefeito.

Diferença nas respostas: os estudantes que seguravam as pranchetas mais pesadas julgavam as moedas mais valiosas do que os estudantes com as pranchetas leves. Os mesmos estudantes insistiram que suas opiniões fossem sempre consideradas quando o assunto fosse as bolsas de estudos para estrangeiros. Por fim, estes participantes foram os mais críticos com relação à avaliação das condições de vida cidade e dos serviços prestados pela prefeitura!

Ficaram surpresos? Eu fiquei! Há muitos mistérios envolvendo nossas atitudes e as razões que nos levam a ter determinados tipos de comportamento!

É isso!
E amanhã tem mais!

2010-02-22

2ª feira é dia de fazer o bem - Hoje, o assunto é a África e ela.

Fonte: http://cozay.com/




A África sempre me impressionou - infelizmente, nunca num aspecto positivo. Quando eu era criança e estava na escola, o que me tocava profundamente era tomar conhecimento do tráfico de escravos vindo da África para o Brasil. Mais ou menos na mesma época a Rede Globo colocava no ar a novela "Escrava Isaura" , uma história que me comoveu como poucas. Eu achava aquilo tudo um horror, uma injustiça, um pecado e agradecia a Deus por ter nascido numa época diferente.

O tempo foi passando, e as notícias que eu lia (e leio) sobre a África continuam machucando. É sempre tudo muito difícil e trágico: ditaduras, exploração, pestes, genocídios, calor desumano, sede, miséria e fome, fome, fome! Ah, claro, e um descaso enorme por parte das autoridades locais e das comunidades internacionais.

Vejam abaixo alguns números sobre a inimaginável realidade Africana (talvez vocês não se surpreendam, afinal a gente está acostumado a associar este continente com fatos dramáticos):

- por volta de 20% das crianças da África morrem antes de completar 5 anos (20%!!!!)

- a cada TRÊS (!!) segundos uma criança morre em decorrência da AIDS e de extrema pobreza

- mais de 50% dos africanos sofrem de problemas relacionados à falta de água tratada (diarréia infantil e cólera)

- mais de 800 milhões de pessoas vão dormir com fome diariamente, sendo 300 milhões delas, crianças (dá vontade de chorar, não dá? É inadmissível!!)

- a cada minuto, aproximadamente, uma criança morre de sarampo da África. Sabem quanto custa vacinar estes pequenos? UM DÓLAR por criança! Ainda assim, elas continuam morrendo minuto após minuto e a vacina nunca chega!

Eu poderia continuar com esta lista por páginas e páginas tamanha a quantidade de atrocidades acontecendo por lá. A sensação é de que ninguém faz nada, ou melhor, quase ninguém...

Já falei em outro post sobre associações que concedem pequenos empréstimos a mulheres empreendedoras e como esta iniciativa tem mudado a vida de famílias inteiras na África! Pois bem, hoje quero falar sobre como uma mulher incrível está mudando o destino de milhares de meninas africanas, quebrando assim o ciclo de miséria em que nasceram: a superpotência Oprah Winfrey e sua fantástica escola para meninas (antes de irmos aos fatos quero dizer que adoro a Oprah, assisto a seu programa diariamente e sonho em me tornar sua amiga um dia.)!



Todo mudo já ouviu falar da infância difícil desta americana - filha de pais adolescentes, pobre, criada pela avó extremamente religiosa, molestada pelo tio aos 9 anos, grávida aos 14 (o filho morreu logo após o nascimento ), mas todo mundo conhece também sua garra e sua determinação: muito estudiosa, ganhou uma bolsa de estudos numa das melhores escolas da região e, depois, uma bolsa de estudos na Universidade do Tenessee. Daí prá frente é o que se sabe até sua ascensão como a mulher mais poderosa do show business americano (acho que mundial, né?).

Apesar do sofrimento, Oprah admite que sua rígida avó (ela a obrigava a decorar versos bíblicos e batia na menina quando esta errava) foi também a grande responsável por sua auto confiança e seu sucesso: a avó ensinou Oprah a ler antes dos 3 anos e a incentivava a falar em público na Igreja e na escola - "minha avó deu-me uma imagem positiva de mim mesma".

Assim, depois de uma conversa bastante inspiradora com Nelson Mandela e consciente, por experiência própria, da importância da vida acadêmica e de educadores que incentivem e encorajem seus alunos, Oprah decide então abraçar o projeto "Oprah Winfrey Leadership Academy Foundation", uma escola modelo a ser construída na África do Sul, para meninas carentes - "a escola vai ensinar essas meninas a serem as melhores pessoas que elas conseguirem, a exercitar todo seu potencial. A escola vai treiná-las para que sejam líderes e tomadoras decisões. Desde o começo,eu disse a Nelson Mandela 'Eu quero construir uma escola pra as meninas inteligentes que vão liderar este país (África do Sul) rumo a glória'. Quando você muda a vida de uma menina, você afeta bem mais do que somente uma vida. Você começa mudar a vida de uma família, de uma comunidade, de um país. Escreva o que estou dizendo, as mulheres vão mudar a cara da África."

Eu assisti a um especial na GNT que mostrava a construção da escola, a seleção das meninas (tãããooo emocionante!) e a inauguração repleta de celebridades.

Oprah investiu 40 milhões de dólares no projeto, que demorou 5 anos para ficar pronto: "acompanhei tudo de perto e tive inúmeros encontros com os arquitetos. Cada detalhe importa, afinal, Deus está nos detalhes (concordo, detalhes fazem toda a diferença, né?)

Já a seleção das meninas que fariam parte deste primeira turma de 150 alunas foi um capítulo a parte e tenho que me controlar aqui para não escrever 10 parágrafos sobre o tema - não era possível torcer por alguém. Todas as histórias eram tão dramáticas que a gente queria que todas as meninas fossem escolhidas.

Muitas delas dormiam no chão sujo de suas casas ou, na melhor das hipóteses, dividiam uma cama com vários irmãos. Várias casas não tinham eletricidade ou água encanada.

A menina Ziphozonke morava com a avó num bairro bem perigoso, onde nem andar a pé era aconselhável. A garota acordava às quatro da manhã, caminhava até o ponto de ônibus e depois enfrentava uma hora de viagem para a escola. Ziphozonke passava o trajeto rezando para que o ônibus não fosse atacado. Oprah então perguntou à menina por que ela enfrentaa aquilo diariamente, ao que ela respondeu "eu amo a escola" (veja Ziphozonke e sua avó na foto ao lado).

Quando Oprah visitou uma outra candidata, a menina Ntombifuthi, ela quis experimentar uma rotina parecida com a da garota de 13 anos e a acompanhou em uma de suas tarefas: como em sua casa não havia água encanada, a garota era responsável pelo abastecimento de água. Para isso, Ntombifuthi ia várias vezes por dia a um poço e voltava com um balde cheio de água na cabeça. A apresentadora tentou seguir os passos da menina, mas não conseguiu: "Realmente não dá! Não dava nem para fingir! O balde era pesadíssimo...e eu estava carregando um que era metade do que ela carregava."


Agora, como já falamos que Deus está nos detalhes, aí vão alguns detalhes (e fotos) sobre a escola:

1) 500 artistas foram contratados para criar pinturas, murais e esculturas que dessem vida à escola

2) uma das metas da escola é fazer com que as meninas sintam orgulho de sua própria cultura, que se sintam inspiradas por ela. Desta forma, a escola é decorada com muitas peças locais

3) a biblioteca em 10 mil títulos. Oprah também pediu a cada pessoa convidada para a inauguração (Mandela, Spike Lee, Mariah Carrey e um montão de celebrities) que trouxesse o livro mais importante de sua vida

4) Cada dormitório da escola possui uma cozinha e um terraço. Tudo ali, do piso à maçaneta foi escolhido pessoalmente pela apresentadora. Vejam abaixo foto de um dos quartos - lindos, não?



5) Cada louça, cada bordado dos lençóis, cada azulejo, cada vaso, tudo foi escolhido com muito cuidado, como parte de algo muito maior, porque Oprah Winfrey costuma dizer que "o melhor que você pode fazer por você mesma é se cercar de coisas bonitas. A beleza inspira o melhor de cada um de nós" (eu concordo plenamente - mesmo quando estou sem dinheiro, até um vasinho de flores de dois reais ou um vidro bonito que encontrei e decorei fazem a diferença em minha casa. Não suporto a feiúra, detesto lugares sem graça!)

Finalizando, queria dizer que acho este projeto incrível! A apresentadora chama a iniciativa de "dream school"! A escola começou atendendo a 150 meninas pobres (paupérrimas, em alguns casos)e hoje já conta com 450 alunas. Neste tempo todo, claro que nem tudo foram flores: a escola já enfrentou dois escândalos por assédio sexual, sendo que no primeiro caso a acusada era uma governanta da escola, que foi demitida e responde a processo, e no segundo caso as responsáveis eram algumas alunas, já devidamente identificadas e expulsas. Alguns pais também se queixam do excesso de disciplina e do fato de não poderem ver suas filhas a qualquer instante (há dias e horários certos para a visitação).



Mesmo assim, apesar de alguns percalços (óbvio que existiriam), acho a iniciativa louvável e animadora. Infelizmente não exitem muitas "Oprahs" por aí, mas que bom seria se cada um fizesse aquele pouquinho de que é capaz - doando dinheiro, idéias ou tempo.

É isso gente. Amo este assunto! Passei a adorar as segundas-feiras só por conta dos temas dos posts!
E amanhã tem mais!




2010-02-19

É tão difícil mudar velhos hábitos! Aí vão algumas dicas que podem facilitar o processo!


Li outro dia uma matéria que falava sobre a dificuldade que enfrentamos sempre que queremos mudar um hábito, um padrão de comportamento: parar de fumar, ser mais organizado, emagrecer, ser mais disciplinado... é tudo tão difícil que desanima!

O que isso tem a ver com os consumidores? Muito. Consumidores são seres humanos e entender como o nosso cérebro funcional é crucial para uma boa estratégia de marketing!

Agora voltando ao assunto, o texto dizia que, em alguns casos, a chave do sucesso é tentar, tentar e tentar, sem desistir nunca - aqui se enquadra, por exemplo, o repugnante hábito de fumar (odeio cigarro, odeio sua fumaça e odeio mais ainda o cheiro deste veneno!). O escritor americano Mark Twain dizia que parar de fumar tinha sido a coisa mais fácil que ele já tinha feito - "e disso eu entendo, já parei umas 1000 vezes", brincava ele. É isso mesmo, pesquisas indicam que um fumante médio precisa de oito a dez tentativas antes de obter sucesso e definitivamente abandonar este vício pernicioso.




Assim, uma dica é: tente, não desanime, tente, motive-se, tente, tente, que uma hora acontece! Ainda repetindo Mark Twain: " A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau."

A Wikipedia, a enciclopédia online que pode ser editada por qualquer um, é um exemplo vivo do poder da colaboração! Aliás, é de colaboração que vive a Wikipedia! Assim, também num caso de mudança de hábito ou quebra de padrões nocivos de comportamento, aproveite a colaboração de comunidades! Pense no caso de dietas: muitas vezes as pessoas ficam encabuladas de dividir com amigos e parentes sua intenção de perder peso e de pedir ajuda na empreitada.

Nestes casos, deve-se tirar proveito daquilo que os especialistas têm classificado como "a última palavra em motivação": os grupos anônimos (alcoólicos, comedores, compradores, sex addict, narcóticos anônimos, jogadores, e mais um montão de compulsivos...) - afinal, pessoas com os mesmos problemas e objetivos semelhantes discutem mais abertamente seus conflitos e estratégias para que a tão desejada mudança ocorra.

Pesquisadores perguntaram a algumas pessoas que estavam fazendo uma caminhada em uma montanha qual era o tamanho da subida (quando eles ainda estavam lá embaixo). As pessoas que iam fazer o trajeto sozinhas sempre acreditavam que a distância era maior do que a real. Já aquelas que estavam acompanhadas tinham a impressão de que a caminhada era mais curta.

Segunda dica: peça ajuda! Não encare a batalha sozinho!

O escritor Brian Greene (The Elegant Universe) diz que devemos dar um passo para trás e visualizar nosso lugar no espaço e no tempo. De acordo com o escritor, uma mudança de perspectiva é tudo o que precisamos para concretizar as mudanças que queremos.

Terceira dica: imagine realidades paralelas, outros lugares que você habita. Imagine-se de diversas maneiras - mais magro, atlético, organizado. Imagine que estas características já são suas!


Agora, vamos falar das medidas que tomamos quando queremos mudar alguma coisa no nosso comportamento - geralmente utilizamos a abordagem do lado esquerdo do cérebro: contamos calorias, cortamos carboidratos, compramos patch de nicotina, procuramos alguma academia perto de casa e mais um montão de medidas racionais. Nosso lado esquerdo sabe que se a gente seguir as fórmulas a risca, tudo vai dar certo - então, por que dificilmente dá? Porque, apesar de sabermos o que precisa ser feito, é só quando sentimos o significado da mudança que as coisas passam a acontecer - precisamos utilizar a abordagem do lado direito do cérebro. "Para mudar um hábito é preciso associar seus passos a um propósito maior, algo que consiga te manter constantemente motivado", diz Daniel Pink, auto do livro "A Whole New Mind: Why Right-Brainers Will Rule the Future" .

Ele recomenda usar as habilidades do seu lado direito para prestar atenção aos momentos em que você se sente bem, vivo, energizado e estimulado. A partir de então você pode comparar estes momentos mágicos àqueles em que você acende um cigarro para aliviar o stress ou devora uma caixa de chocolates para preencher algum vazio - é nesta hora que você percebe que, enquanto os primeiros momentos são emocionalmente profundos e te proporcionam uma realização duradoura e completa, as muletas da segunda situação (cigarros e chocolates) promovem uma satisfação superficial e de pouca duração (em muitos casos acompanhada de culpa, poucos minutos depois). Uma vez que você perceba esta diferença, fica mais fácil mudar.

Então, a dica número quatro é: tome consciência dos grandes momentos, das grandes emoções. O resto é imediatismo, pequeno, não resolve nada e ainda te traz um monte de problemas.

É isso, gente. Espero que ninguém precise mudar nada, mas para aqueles que querem quebrar um círculo vicioso em suas vidas, tomara que o post sirva de inspiração!
E segunda-feira (dia de fazer o bem) tem mais...

2010-02-18

Como as pessoas gastam dinheiro?


Hoje o assunto é uma dica do Dr.Décio, um dentista leitor que gosta dos assuntos ligados ao comportamento humano. O Dr.Decio leu no The New Yok Times e me passou o link de uma matéria muito interessante (http://www.nytimes.com/2008/09/07/business/07metricsWEB.html?_r=1) sobre os hábitos de consumo em diversos países (What Your Global Neighbors Are Buying).

O formato do gráfico já é por si só diferente e fácil de entender (aqui não dá para ver direito mas no site é muito legal). Vejam o que mostra o gasto dos países com lazer (os Estados Unidos são o maior quadrado -porque gastam mais- e cada país está representado de acordo com sua posição geográfica).



Não vi na matéria nenhuma grande análise em cima dos números, apesar de os dados imputados no gráfico serem do Euromonitor, um grande instituto de pesquisa de mercado europeu. Assim, porque gosto de classificar e tirar conclusões de tudo tratei eu mesma de achar algum padrão no comportamento dos consumidores. Eis o que descobri:

Não vou entrar no mérito dos valores gastos por cada país (a não ser quando isso tornar a história mais curiosa) - o que realmente me interessou foi ver em que categoria de produtos os cidadãos de cada país investem mais seu dinheiro. Primeiramente, vamos às categorias que aparecem no gráfico:

1)Roupas e Calçados
2)Eletrônicos: computadores, TV, máquinas fotográficas (celulares não entram aqui)
3)Bebidas alcoólicas e cigarros
4)Artigos para a casa: tapetes, móveis, lençóis, louças, artigos e limpeza
5)Lazer: jogos, brinquedos, livros ingressos para cinema, teatro, museus

Bom, nas grandes potências podemos ver uma homogeneidade quanto à categoria preferida - nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Japão a categoria com que os consumidores mais gastam é "lazer". Aliás, os rankings de EUA e Inglaterra têm exatamente o mesmo padrão: lazer, artigos para casa, roupas e calçados, bebidas e cigarros e, por último, eletrônicos (fiquei surpresa ao constatar o desprestígio dos eletrônicos! deve ter alguma informação aqui que não consegui ver...)

Já os produtos para casa formam a categoria favorita de Brasil e México. Lazer ocupa o segundo lugar no Brasil (gastamos mais nos divertindo do que para nos vestir) e os eletrônicos ficam aqui também em último lugar!

Apesar de lazer estar em primeiro lugar nos Estados Unidos e em segundo no Brasil, a diferença de valores gastos chega a ser cômica: os americanos gastam, anualmente, 880 BILHÕES de dólares com brinquedos, jogos, livros e cinema, enquanto que nós, brasileiros, gastamos 27 bilhões. Há, realmente, um abismo a nos separar...

Na China e na Índia os consumidores gostam mesmo é de gastar com roupas e calçados. Na Índia, eles gastam mais com bebidas e cigarros do que com lazer!! Horrível, né? No Japão o povo também bebe e fuma - esta categoria de produtos está numa posição acima de roupas!

No México e na China "lazer" fica em terceiro lugar, atrás de artigos para casa e de roupas/calçados.

Para terminar, um resumo:

Inglaterra/USA/Japão: o primeiro mundo gasta (muito) mais com lazer
Brasil e México: nós, latinos em desenolvimento, gostamos de investir no lar
China e India: estes gostam de roupas. A diversão fica em 3º e 4ª lugares respectivamente (diferente de nós, ocidentais,né?)

Acho que é isso, gente.
E amanhã tem mais...